quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Conhecendo a Escola Regina Coeli

O município de Ananindeua-PA originou-se nos meados do século XIX e relaciona-se com o estabelecimento de uma parada ou estação da Estrada de Ferro de Bragança-PA, que hoje se refere a sua sede municipal. Sua elevação à categoria de município ocorreu pelo Decreto-lei Estadual nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, promulgado pelo Interventor federal Magalhães Barata.
Com a construção da rodovia Belém-Brasília e com a política de integração da Amazônia, Ananindeua se tornou, após 1960, propícia aos fluxos migratórios e servindo de área de remanejamento e de deslocamento de moradores do centro de Belém por conta da sua urbanização que decorreu em uma nova mudança na distribuição espacial da população, como explica Castro (1989, p.173). Toda essa problemática urbana chega aos anos 70 e 80 aliada aos problemas desencadeados no espaço rural da Amazônia por conta do fracasso dos projetos integralistas do governo e do fortalecimento do domínio do capital privado. O trabalhador rural não encontra outra saída a não ser migrar para as cidades mais urbanizadas e Ananindeua tornou-se palco dessas ocupações. No final dos anos 80 e início dos anos 90, os movimentos sociais em prol do “direito de morar” estavam fortalecidos e, os conflitos entre “sem tetos” poder público e privado, agravam-se. O governo estadual tenta, naquele momento, amenizá-lo e, também, com a intenção maior de atender os interesses dos setores privados, planeja a construção de conjuntos habitacionais em parceria com as verbas federais. Com tais intenções, nos meados dos anos 80, a área do PAAR foi demarcada para a construção de um grande conjunto residencial com 4.323 unidades, que a partir de uma observação aérea teria a configuração geográfica dos Estados do Pará, Acre, amazonas e Rondônia, daí o nome dado de PAAR. Receberia posto de saúde, creche, escolas, área de lazer e delegacia de polícia. Este planejamento não chegou a se concretizar, porque quando uma parte da área já possuía 80% da infra-estrutura pronta, como drenagem, ruas aberas e algumas com capa de asfalto, rede de esgoto, poste de iluminação, o processo de ocupação aconteceu por volta do final do final de 1988 e início de 1989. Os ocupantes foram construindo barracos cobertos de lona, fechados com restos de madeiras, papelões, plásticos e outros.
O conjunto PAAR já foi considerado a maior área de ocupação da América Latina. Tem aproximadamente 1.804.200m2, localiza-se no município de Ananindeua-PA e este, por sua vez, pertence à área metropolitana de Belém-PA, situa-se a Nordeste do Estado, às margens da BR-316 e abrange uma área territorial de 185km2.
A área do PAAR está registrada na Prefeitura de Ananindeua-PA como Conjunto PAAR, mas os moradores não têm títulos definitivos dos terrenos. Conta com uma população de 69.510 habitantes, distribuída entre 9.546 crianças, 20.758 jovens, 34.755 adultos e 4.451 idosos acima de 50 anos, possui 10.585 residências e a renda per capta é de aproximadamente R$ 500,00 ao mês. O conjunto tem 09 escolas estaduais, porém, 03 são conveniadas e antes funcionavam como “escolas comunitárias” e, outras, de forma privada; 01 de ensino fundamental municipal e 16 privadas de educação infantil. Possui posto de saúde, delegacia de polícia, transporte urbano, igrejas, associação de moradores, um pequeno centro comercial, bares, farmácias, supermercados, um canteiro central na rua principal com duas quadras de esportes, feiras-livres e corpo de bombeiros.
Frente a este quadro, o A E.E.E.F. M REGINA COELI, fundada em 15 de agosto de 1991, caracterizada como uma instituição de ensino publica, com 16 salas de aula, possuindo ensino fundamental de 5a a 8a serie em dois períodos, matutino e vespertino, ensino médio funcionando nos três turnos e no turno noturno, funciona a educação de jovens e adultos (EJA). A escola desenvolve vários projetos sócias em parceria com a comunidade como: Escola de Portas abertas, onde nos finais de semanas a comunidade externa participa de oficinas, cursos de capacitação, bijuteria, marcenaria, serigrafia, esporte e lazer e sem fins lucrativos, tenta amenizar os problemas sociais da comunidade, como uma forma de proporcionar uma melhor qualidade de vida e entendendo que a qualificação profissional é determinante para a saída da vulnerabilidade social, por qual passam várias famílias de nossa comunidade, ofertando assim 19 cursos profissionalizantes, contribuindo com a autonomia da família vulnerabilizada com o desemprego e o subemprego. A Escola promove exposição de produções artísticas
Arte e talento marcaram o vernissage dos alunos da escola Regina Coeli Souza Silva, na tarde de terça feira (05), no auditório da escola, a mostra ‘Espelhos’. Quarenta trabalhos em papel retratam os movimentos expressionista e impressionista expressas em pinturas, colagem e mosaico. A exposição foi resultado de trabalhos produzidos pelos alunos da 5ª e 7ª série da escola. A escola sempre estimula os alunos a produzir trabalhos e segundo a professora Vânia Ramos, coordenadora do evento, todos os anos no mês de novembro, a instituição promove o “Arte Paar” que reúne todos os trabalhos artísticos dos alunos, como poesia, teatro e dança. “Dessa vez resolvemos promover o vernissage para que os alunos se sintam valorizados e ainda mais estimulados às produções artísticas”, afirmou. Paloma Costa dos Anjos, aluna da 7ª série, confirma este sentimento. A estudante disse que a pré estréia das obras a deixou mais estimulada “Foi uma boa idéia, pois o vernissage foi organizado com muito carinho e me senti importante em produzir este quadro”, disse aluna, mostrando com orgulho a sua obra. Opinião também compartilhada por Paulo Vieira, aluno da 5ª série que fez questão de apresentar seu trabalho em colagem: “É muito bom poder expor nosso trabalho”, disse. “A gente se impressiona com alguns trabalhos que foram produzidos. Não deixam nada a desejar, a diferença está no material em que foi produzido” disse a professora Joana, uma das organizadoras do vernissage.

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